quinta-feira, 10 de julho de 2008

Conheça o mundo estudando




Estudantes da Universidade de Brasília aproveitam convênios
da instituição para fazer intercâmbio em faculdades no exterior







Fotos e texto por Cristiano Mariz



Aprofundar o conteúdo estudado na universidade e ainda conhecer culturas diferentes. Esse é o objetivo dos convênios firmados entre a Universidade de Brasília (UnB) e instituições internacionais de diversas localidades do mundo. Dessa forma, os alunos podem dar seguimento ao curso em uma faculdade do exterior. Cerca de 150 acordos assinados em diferentes países garantem o ingresso dos estudantes brasileiros em instituições internacionais de Ensino Superior.

A facilidade de continuar o curso universitário em outro país, tem carimbado cada vez mais o passaporte dos alunos da instituição federal de Brasília. O programa, que existe desde 1986, já levou centenas de estudantes às cadeiras de universidades estrangeiras. Desde 2004, as inscrições são feitas por editais, o que aumentou a procura e a oferta de vagas. Cerca de 70 alunos participam dessas parcerias, por semestre.

Segundo a coordenadora de intercâmbio da UnB, Perla Alvez, a oportunidade acrescenta o currículo escolar do aluno e oferece crescimento pessoal, que pode ser aproveitado tanto na vida acadêmica, quanto na vida pessoal. “Essa experiência é muito importante na formação do aluno que tem a oportunidade de conhecer outro sistema de ensino. O contato com outro tipo de cultura também possibilita uma mudança na própria vida pessoal”, afirmou.

Para garantir que o conteúdo estudado no exterior seja aproveitado no Brasil, a instituição monta um plano de estudos junto com o aluno e com a instituição internacional. Dessa forma, as disciplinas, vistas nesse período, são transformadas em créditos nas matérias da UnB. “Esse programa de intercâmbio faz parte do processo de mundialização que tem crescido muito. É importante esse contato com outros países. Ampliamos o nível de conhecimento do conteúdo dos alunos”, ressaltou Perla.

Os interessados em aprimorar os conhecimentos fora do Brasil devem ficar atentos aos editais disponibilizados pela coordenadoria de intercâmbio. Os candidatos passam por uma pré-seleção da universidade internacional que avalia o dossiê do aluno. São estas instituições as responsáveis pela aprovação final do aluno. “As notas são levadas em consideração, mas todo o comportamento escolar do universitário é avaliado”, comentou a coordenadora do programa.

Portugal, Argentina e França estão entre os mais concorridos. Mas também há procura para Espanha, Japão, Itália entre outros. O programa dura entre seis meses e um ano. A exceção fica por conta da Universidade de Turin, na Itália, onde o estudante pode passar até dois anos no exterior. Esse convênio, em particular, permite a graduação do aluno nos dois países e possibilita a dupla habilitação.

Oportunidade única



Quem teve a oportunidade de estudar em outro país aprovou a experiência. É o caso da estudante de Relações Internacionais Priscila Gonçalves, 21 anos, que durante um semestre freqüentou uma universidade francesa. “Acredito que independente do curso, vale a pena passar por essa experiência. Só estudando em outro país, é possível conhecer a diferença entre os sistemas de ensino. Passei por experiências que não passaria no Brasil”, contou.

Mesmo com culturas distintas, a jovem garante que não sentiu muita dificuldade no país estrangeiro. “Adaptei-me rápido aos novos hábitos e à cultura diferente”, garantiu. O fato de estar sozinha em terras desconhecidas, fez com que a estudante amadurecesse e logo descobrisse a dificuldade de estar fora do país de origem. “Tive que aprender a lidar com a burocracia de outro país e me virei sozinha, cresci muito”, completou.

O desafio da jovem que saiu das casas dos pais para se aventurar em uma nova cultura foi vencido. De agosto de 2007 a fevereiro deste ano, ela teve que se adaptar a uma rotina de estudos diferente, em um país diferente e com um idioma diferente. Recém-chegada da Europa, ela garante que aproveitou tudo que podia. “Eu recomendo essa experiência, com certeza. Tive ótimas aulas com ótimos professores. É uma experiência válida, tanto do ponto de vista acadêmico, quanto pessoal”, aconselhou.

Quem também decidiu encarar a experiência internacional foi o estudante Wanderson Machado, 21 anos, que cursa o sétimo semestre de Letras com habilitação em Português. Durante seis meses ele assistiu aulas da disciplina na Faculdade do Porto, em Portugal. A parceria entre as duas universidades vai permitir que o conteúdo estudado na Europa seja aproveitado no Brasil.

Mesmo com a diferença na grade curricular, o universitário aprovou o conteúdo aprendido. “As aulas lá são bem diferentes. Em Portugal, o horário de aula é um pouco maior e muito conteúdo é visto dentro de sala de aula e menos tempo para leitura. Diferente do Brasil, onde há muitos textos para serem lidos fora da universidade”, observou.

Para o jovem, a bagagem pessoal e o nível de conhecimentos adquiridos, dificilmente teriam o mesmo resultado em solo brasileiro. “Essa experiência aprofundou muito os meus conhecimentos. Tive matérias que não teria no Brasil. É uma experiência única”, disse. Até mesmo uma disciplina já vista na UnB, recebeu uma nova moldagem no país estrangeiro. “Em uma matéria que já tinha estudado pude aprender ainda mais coisas. Tive duas visões de um mesmo assunto que certamente aprofundou o que eu havia aprendido”, completou.

Outros interessados em desbravar o ensino superior de instituições internacionais devem preparar o bolso. O convênio é firmado por meio de reciprocidade, isto é, os estudantes não pagam taxas nas faculdades do exterior e as universidades também enviam alunos que não terão despesas escolares no Brasil. No entanto, despesas com passagem, hospedagem e alimentação são pagas pelos próprios alunos.




Mais informações podem ser obtidas no telefone 3347-5499.

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