terça-feira, 8 de julho de 2008

Perfil



Felipe Rodrigues, o cantor gospel

por Solane Kukulka



Felipe Rodrigues Alves da Silva, estudante de jornalismo do Centro Universitário - Unicesp, 5º semestre é o destaque da vez. Desde os 14 anos canta profissionalmente, mas foi a partir de 2006 que lançou seu primeiro CD. Natural do Distrito Federal e criado na cidade do Guará deu início a sua vida escolar em colégio de freiras.

A vida desde seu nascimento foi bem tumultuada. Filho único de Antônio das Graças Alves da Silva, alcoólatra há muito, e de Maria Nely Rodrigues Alves da Silva, diarista, passou por poucas e boas. A mãe trabalhava em casa de família e, enquanto isso, Felipe ficava no colégio e, retornava pra sua casa ao final do dia depois de uma jornada cansativa para ambos.

Felipe se diz muito magoado por causa das humilhações, gritos e palavras de baixo calão que se pai, quando bêbado, proferia a sua mãe. Isso sempre acontecia quando ele voltava pra casa depois de ficar horas bebendo em algum boteco da cidade, como Felipe diz: “ meu pai chegava sempre cercando frango...”.

A mãe, evangélica, tentou por diversas vezes buscar ajuda de especialistas, mas nada adiantou. Morando de aluguel e com muita batalha, entrou numa Cooperativa Habitacional. Após 14 anos de espera, adquiriu a tão sonhada casa própria. Nessa mesma época o casal se separou, Felipe ficou com a mãe, e, o pai foi para casa da avó, porque devido à embriaguez não consegue mais emprego.

D. Nely criou com muita dificuldade seu filho Felipe, e mesmo de origem humilde, foi bem orientado e pode desfrutar naquela ocasião das mesmas atividades que um menino de classe média.

Apesar dos percalços que a vida lhe reservou, Felipe ainda teve que passar por mais uma prova de fogo. Quando D. Nely pegou três sobrinhas com problemas comportamentais para criar. Daniele, 10 e, as gêmeas, Lidia e Lidiane, 6. Foi um verdadeiro caos comenta Felipe, prefiro não falar sobre esse assunto.

Entrando na adolescência descobriu seu talento musical e a partir daí não parou mais. Aos 17, participou do Festival de Música Gospel no Ginásio de Esporte do Novo Gama/GO. O prêmio era 10 mil reais em dinheiro e mais uma gravação de um CD. O organizador do festival foi o Grupo “Passageiros de Cristo”. Que de Cristo, nada tinha!

Eu explico. Disse Felipe: “Eram três os organizadores e eles trabalham na assessoria do então vice-governador Paulo Otávio. Inclusive, pode até ser que Paulo Otávio nem saiba do acontecido e, que provavelmente nem tenha chegado aos seus ouvidos. Felipe, muito chateado fala que ganhou, mas não levou. Felipe passou o ano de 2004 na cola dos três falsários, sem sucesso. Ele comenta rindo.” “Assessores do Paulo Otávio, abençoados!”

Sem falar no dono do estúdio “Som e Vida” de propriedade de Zezinho de Carvalho, compositor e cantor, que foi agraciado com o mesmo tipo de tratamento que Felipe. Calote! Felipe os apelidou carinhosamente de “Assessores Irmãos Metralha“.

Naquela época comenta pesaroso, adquiriu a síndrome do pânico. D. Nely teve que dispor de remédios e tratamentos especializados para que Felipe pudesse ter cuidados, e, diga-se de passagem, não estavam no orçamento.

Passado o susto, o garoto de origem humilde, com força de vontade e muito raçudo levantou-se novamente. Começou a participar de diversos programas de rádio e de TV’s locais. Fez parceria com artistas de Brasília em mais de cinqüenta CD’s. Além de jingles para Agências de publicidade e Propagandas em diversos setores.

Em 2006, lançou o seu primeiro CD intitulado “ Pão sobre as águas”, de estilo Gospel nos ritmos Soul, Blues, Dance e com regravações de clássicos como: Happy Day e Amazing Grace. Agora prepara-se para lançar no fim do ano seu novo CD., e um novo projeto que trará hinos da harpa cristã em estilos dance e remix.


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