A bolsa atleta é a oportunidade que muitos esportistas encontram para
Investir na formação acadêmica sem deixar de lado a dedicação ao esporte é o que leva muitos vestibulandos a optarem pela bolsa atleta concedida pelas principais faculdades e universidades do país. Em pleno vigor desde 2006, a nova Lei de Incentivo à cultura (Lei 11.438/06) tem estimulado várias entidades públicas e privadas a concederem incentivos para aqueles que representarão a instituição em competição no exterior.
Aluna desta instituição, Ângela Lavalle, 24 anos, atleta do vôlei de praia e aluna do 8º semestre de administração, afirma que o recurso financeiro proporcionado pela faculdade foi imprescindível. “Não recebo salário para jogar. A bolsa atleta foi um grande incentivo”. Mãe de um garoto de cinco anos, Ângela também alerta para outro ponto importante, a curta duração da carreira de atleta. “No vôlei, joga-se normalmente até os 40 anos. Quando eu parar, poderei atuar na área administrativa. Isso é muito bom para quem se dedica ao esporte e sabe que um dia terá que parar”.
Para o coordenador do curso de educação física da faculdade Unieuro, Alessandro de Oliveira, a melhor forma de modificar a sociedade é por meio do incentivo ao esporte. “O esporte constrói o caráter do ser humano”. A faculdade, que atua de forma relevante no setor, patrocina eventos que aliam saúde a pratica de exercícios físicos.
Outra instituição reconhecida pelo investimento pesado em marketing esportivo é a Universidade Católica de Brasília (UCB). Nome como César Castro projeta a UCB. Principal destaque da delegação brasileira, ele tem chance de medalha na prova do trampolim de 3 metros em Pequim. Atual sétimo colocado no ranking mundial, foi o primeiro brasileiro da modalidade a assegurar o lugar nas Olimpíadas ao se classificar para a final da prova no Mundial de Melbourne, no ano passado.
Além de contar com atletas de renome, a universidade realiza projetos como o UCB Beijing 2008. Coordenado pelo professor da área de comunicação, Aylê- Salassié, um grupo formado por professores, alunos e egressos da Universidade Católica de Brasília realizarão a cobertura jornalística das Olimpíadas 2008.
Pedal de futuro
Treinos diários que exigem disciplina e esforço. Por trás de cada podium, horas de dedicação ao pedal. Esta é a rotina dos atletas que fazem parte do projeto “Pedal de futuro”. A idéia surgiu de um empresário de Brasília apaixonado pelo ciclismo, José Roberto Abreu. A iniciativa começou de forma tímida. Por meio de sua empresa, a Neocom, José Roberto patrocinava os atletas destaques do ciclismo brasiliense. A parceria com a faculdade Unicesp veio em 2004.
Com o tempo, a empresa Neocom deixou de patrocinar a maioria dos campeonatos e os atletas tiveram que buscar outros patrocínios. Dentre eles a loja de bicicletas e acessórios (Ciclo miroir) dos irmãos Erik e Heder Vieira, ciclistas que também eram do projeto. Erik permanece na equipe, já o irmão se formou pelo Unicesp e decidiu pedalar apenas por lazer. Agora, além do comércio, organiza os campeonatos de ciclismo pela capital.
O jornalismo como segunda opção
Gustavo, mais conhecido como Chaveirinho, viu no projeto a oportunidade de cursar uma faculdade. Praticante do esporte há 10 anos integra junto com mais sete ciclistas a equipe Unicesp/ Neocom/Ciclomiroir. Estudante do 7 semestre de jornalismo, o ciclista se desdobra entre a rotina dos treinos, o trabalho em uma agência de marketing e a faculdade. No trabalho, horários flexíveis para permitir os treinos e nada de escritório nos finais de semana. O destino nos sábados e domingos é o Lago Sul, ponto de encontro do pelotão do Pedal.
Durante a semana o treino se estende por no mínimo 1 hora e meia. Acompanhado pelo treinador Abraão Azevedo, que monta uma planilha de treinos para ser cumprida, Gustavo segue as orientações buscando sempre aprimorar a técnica. “O Abraão é muito bom. Ele é campeão brasileiro e panamericano de mountain bike”.
Já trabalhando na área de comunicação, Gustavo é o responsável pela atualização de conteúdo de cinco sites: Mercado Designer, a página do centro comercial Gilberto Salomão, da agência Club In, Club Viajem e do site voltado para os ciclistas, Ciclismo Brasil. Sendo o último de sua total responsabilidade.
Já para o futuro Chaveirinho almeja a estabilidade do funcionalismo público. Com a atenção voltada para os certames da polícia civil e militar diz com certo pesar que em Brasília ainda não existe um ciclismo profissional como em outras capitais e quando questionado se nunca pensou em se mudar da Capital e investir no ciclismo Gustavo desabafa “Já pensei na possibilidade de me mudar para São Paulo e apostar no esporte, mas com o tempo percebi que não valeria a pena.
Não basta ser bom, tem que ser o melhor. É muito sacrifício. Os patrocínios são difíceis e ganha-se muito pouco. Um atleta top ganha por volta de 3 mil reais”. Gustavo não pensa em abandonar o ciclismo.
Unicesp e o apoio ao esporte
“As bolsas atletas fazem parte de um grande projeto social da Associação Educativa do Brasil, a Soebras. Empresa responsável pela administração do Unicesp. Logo implantaremos em Brasília”. Declara a diretora de Relações Institucionais e Convênios do Unicesp, Helaine Melo.
“Atrelar a imagem do UNICESP a saúde e bem estar dos alunos e familiares, além de demonstrar cuidado e apreço com a comunidade acadêmica vem de encontro com nossa filosofia adotada e implantada em nossos cursos na área de saúde. Lembrando que toda prática de esportes deve ter um acompanhamento e autorização médica”.
Para pesquisa:
Ciclismo Brasil
Lei 11.438/06. Dispõe sobre os incentivos e benefícios para fomentar as atividades de caráter desportivo e dá outras providências.
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