quinta-feira, 10 de julho de 2008

Lanchonete e ambulantes atraem estudantes para lanches rápidos














Os lanches são variados e despertam estudantes do Unicesp para uma rápida alimentação, tanto na lanchonete interna quanto nas barracas fora da faculdade.


Texto e fotografias por Márcia Helayne

A lanchonete “Sabor Cestas” comporta em um agradável espaço, com lugar para sentar Segundo o atendente Rodrigo Luiz, a lanchonete é de propriedade de dona Rosana e seu Wagner que têm alvará há 12 anos. Ao todo são oito funcionários, todos com carteira assinada e legalizados. “Houve um convite da própria faculdade para que os donos montassem essa estrutura no Campus I. Aqui vendemos salgados, cachorro-quente, caldos, sanduíches naturais, sucos e refrigerantes e até tapioca. O que sai mais são os salgados, seguidos do cachorro-quente e do pão de queijo. Sempre buscamos variar os produtos”, comenta.

Para Rodrigo o maior problema da lanchonete é a concorrência com os ambulantes externos. “É desleal! Pagamos todos os funcionários, são carteiras assinadas, pagamos impostos, pagamos aluguel de tudo que usamos. Lá, infelizmente, não é assim. Eles invadiram uma área e não devem satisfação. Nós devemos satisfação à vigilância sanitária, nosso funcionário tem que estar devidamente e totalmente equipado, temos que ter uma pia... Coisa que lá fora é difícil de se ver um funcionário lavar a mão”, reclama.

A aluna Rebeca Ribeiro, 5º semestre de Jornalismo, disse que prefere lanchar do lado de fora da faculdade. “Prefiro pela qualidade, pelo atendimento e preço. Não sou contra e nem a favor. E até acho que podia ser um pouco melhor. Os preços da lanchonete agora estão na promoção. Está tudo bem, mas normalmente eu acho caro. Os produtos não me atraem nada”, avalia a estudante.

Já Caroline Soares da Silva, do 6º semestre, faz seus lanches em qualquer lugar. “Dependendo lancho lá fora ou aqui dentro. Mas agora, sinceramente, estou lanchando aqui na lanchonete porque está tendo promoção. Em questão de limpeza e qualidade, eu creio que dentro seja melhor, porque a gente está vendo tudo. Aqui é aparentemente mais limpo, e lá fora a gente não sabe como está sendo feito. Mas lá fora também é muito gostoso. O produto é igual, depende do que você vai comer. Lá fora tem uma variedade maior e opções mais gostosas”, afirma.


A estudante Floriana Rodrigues da Cunha aposta na comodidade da lanchonete interna. “É mais perto da sala, o intervalo é curto e acabo comendo aqui mesmo. Raramente como lá fora. Alguns produtos me atraem aqui e outros lá. Por exemplo, lá fora tem um pão com ‘tudo dentro’, que é muito interessante”, compara.

A balconista Andréia Gomes, com carteira assinada há 4 meses na lanchonete “Sabor Cestas”, revela gostar do trabalho, que todos são bem tratados pela Rosana, uma das gerentes, e que possuem um bom relacionamento. Ela diz: “os produtos que saem mais são os salgados assados, refrigerantes e a tapioca. Estou muito satisfeita com meu trabalho”.



João Teixeira, que cursa Aviação Civil à noite opta pelos assados, de preferência o “enroladinho de queijo”. Para ele os preços são acessíveis e a qualidade da lanchonete é boa. “Quando saio direto do trabalho faço um lanche evitando muita gordura. Além disso, prefiro como aqui dentro porque há uma garantia que é: a quem reclamar. Lá fora, nas barraquinhas, a gente não sabe a procedência. Aqui se tiver algum problema, eu vou ter a quem reclamar. Lá fora eu não tenho direito nenhum”, explica.

Na parte externa do Unicesp encontramos outras opções de lanche, como, por exemplo, a barraca de Maria Amélia e Márcio Moreira. “Estamos nesse ponto há dois anos. Antes trabalhava, por cinco anos, em uma bicicleta. Todo esse tempo sem alvará. Ninguém aqui tem, pois a administração não dá. A polícia, às vezes, vem. Só quando o cantineiro vai lá e denuncia a gente, porque está se sentindo incomodado. Ai a polícia só vem quando a fiscalização vem”, revela. Maria gosta de trabalhar na rua porque tem boa clientela e que a pedida maior é pelo sanduíche de pão com carne. “Eu acho os preços bem acessíveis. Da minha parte não existe concorrência nenhuma. Eu tenho plena consciência do que eu faço, quanto ao produto, qualidade e higiene. São mais de 10 anos na rua”, contabiliza.



Vários estudantes engordam a fila dos ambulantes. Maiara Janine, aluna do 1º semestre, diariamente lancha na barraca de Maria Amélia. “O preço é mais acessível. Gosto muito do caldo e das trufas de chocolate que a tia vende”. Armando Araújo de Oliveira, estudante do 5º semestre do curso de computação, analisa o preço menor e a comida caseira. “Uma jantinha depois de um dia de trabalho é muito bem-vinda. Prefiro aqui fora, pois é mais caseiro e a gente fica mais à vontade para comer”. Rafael William Araújo Rola, que cursa o 5º semestre de Administração, concorda com Armando.



Variedade, preço menos, mais liberdade, informalidade quem sabe, são fatores apontados pelos alunos que preferem comer na rua do que na lanchonete “Sabor Cestas”. Com exceção do cachorro-quente, quase um carro-chefe da cantina da faculdade, os clientes das barracas reforçam a fartura de opções e preços.






Nem a higiene é posta em dúvida. “Lá dentro da faculdade gosto muito do cachorro-quente porque aqui fora não tem. Nas barracas têm mais opções. Eu até já fui à casa da moça que faz alimentação, é boa a limpeza dela, pois isso também conta. Não é porque ela está na rua, que tem que ser suja. O preço é mais em conta do que lá dentro, que agora está em promoção para chamar os clientes, mas acho que eles não estão conseguindo porque a qualidade é bem inferior do que a daqui de fora.”, avalia Marlon Eugênio Santos Trajano, do 6º semestre de Administração.


Outros que trabalham na rua são Marluce Nunes e Mateus Luciano, que vendem em um pequeno ponto em frente à faculdade, e temem a irregularidade. Lá se vende fondue, chocolate quente, canjica, caldos, bombons recheados, sucos, sanduíches e salgados. “Estou aqui há uns três anos, e é difícil trabalhar na rua porque a pessoa é autônoma e não tem um lugar regularizado. Sem autorização é ruim e a gente sabe que pode ser removido a qualquer hora. Mas é daqui que estou tirando meu sustento e da minha família. Eu tinha meu emprego, trabalhava, só que depois que fiquei desempregada passei a ser vendedora ambulante”.

Fiscalização, polícia e sobrevivência

“É uma parada indigesta, mas a gente tem que trabalhar para a sobrevivência. Meu ponto fixo é aqui, não está regularizado porque a administração não dá autorização. Não tenho alvará porque desmonta e monta. Só deixo aqui a barraca. Levo tudo e não fica vestígio de comércio nenhum, só as tendas. Alguns anos atrás, devido à denúncia do rapaz da cantina, a fiscalização olhou e disse que da nossa parte não havia nada irregular. Porém, não temos autorização para trabalhar aqui. Sabemos, também, que o trabalho da vigilância é verificar os alimentos que estão guardados. Então eles viram. Foi até bom para mim, porque estava cheio de alunos e eles deram esse parecer. Quando a polícia vem junto com a fiscalização é para poder dar proteção à fiscalização, a polícia não intervém nisso aqui. Eu não me preocupo com a concorrência não, pois cada um tem a sua maneira de trabalhar. O meu trabalho eu faço, sobre o ponto dos outros eu não sei. Sei que o meu é uma coisa bem-feita, com qualidade, caseira, feita pela minha esposa. Trabalho há nove anos e nunca ninguém passou mal. A satisfação para a gente é essa. Quero ganhar meu dinheiro, mas também quero que as pessoas fiquem satisfeitas ao lanchar”, desabafa o ambulante Amauri Cordeiro.


Osmar da Cunha Caetano, autônomo e ambulante na rua, vende pizza e sanduíche. Só na frente do Unicesp ele disse estar trabalhando há seis anos. “Vendo pizza de calabresa, bacon, frango e portuguesa. Eu peguei gosto de trabalhar na rua, pois não pretendo trabalhar de empregado mais não. Quero dizer uma: a idade já foi. Eu que já estou com 55 anos para o mercado de trabalho e já não tem mais mercado para a gente. Então, eu peguei gosto... Assim, eu sinto falta do dia que não venho trabalhar. Sempre vendo aqui, não há alvará por ser área pública. A fiscalização está sempre ai querendo tirar a gente daqui. A fiscalização vem mais por causa da bebida alcoólica. A freqüência das pessoas é boa. Sabemos que a lanchonete da faculdade é que faz, ou andou fazendo, algumas denúncias na administração. E tem mais, não me preocupo com a concorrência em volta, pois todos aqui procuram viver em harmonia para ganhar o seu pão de cada dia”.

No fim das contas, seja na lanchonete localizada dentro da faculdade ou nas "barracas" dos ambulantes, percebe-se que cada aluno tem seu gosto e critério para optar. E, que a escolha geralmente se dá pelo preço, pela pressa, pelo sabor. Não importa o lugar, pois durante os dois, três, quatro anos os quais a aluno ficará estudando, certamente conhecerá todos os tipos de lanche ofertados. Afinal, variar é uma tendência humana! Bom apetite!
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Um comentário:

\o/ disse...

Oi Márcia, faltaram as legendas... abraços, Solange