sexta-feira, 11 de julho de 2008

Novas Profissões, novas Oportunidades

Se especializar é preciso


Por Antônio de Pádua



Humberto César Carvalho trabalha na área de Telecomunicações há doze anos. Formado Técnico em Eletrônica, atribui seu sucesso profissional a feliz decisão de abdicar do ensino fundamental pelo técnico. Na década de 30, durante o governo de Getúlio Vargas, para atender à crescente industrialização brasileira, surgiram às primeiras Escolas Técnicas. À época, apesar da necessidade, esse tipo inovador e prático de ensino, não era bem visto pela parcela mais conservadora da sociedade. “Eu fui muito criticado naquele tempo, pois os cursos técnicos eram vistos com maus olhos. Diziam que era curso para aprender a apertar parafuso”, recorda Carvalho. Hoje, ele se orgulha de ter uma profissão especializada que há tanto tempo garante o sustento da sua família.

Certa de sua afinidade com o ramo, e após ter feito uma longa pesquisa de mercado para ter certeza que não ficaria desempregada depois de formada, no ano passado, Louise Referindo se matriculou em um curso de graduação em Design de Moda. “Fiquei muito admirada como existem empresas necessitando de profissionais do ramo, em Brasília. Existem vários pólos de moda aqui, inclusive, agora no terceiro semestre, eu já consegui um estágio. Percebi que realmente essa é minha vocação e pretendo me especializar ainda mais.”

Assim como Humberto e Louise, milhares de pessoas estão em busca de oportunidades reais e nada tradicionais no mercado de trabalho. E, as opções atendem aos mais variados gostos. As Faculdades e Universidades do Distrito Federal refletem bem essa realidade. Na terra dos concursos públicos, cursos tradicionais como Direito, Letras, Pedagogia, Medicina, etc., ainda são os que mais atraem.

No entanto, novos cursos como, por exemplo, Tecnólogo em Telecomunicações oferecido pelas Faculdades NDA, Design de Moda oferecido pela faculdade IESB e Aviação Civil oferecido pelas Faculdades Integradas UNICESP, são cada vez mais procurados pelos alunos antenados com as novas tendências do mercado.


De olho no mercado





Hoje o mundo globalizado e competitivo, aliado à informatização e ao advento quase que diário de novas tecnologias, exige profissionais cada vez mais especializados. Para atender essa demanda, assim como as Escolas Técnicas na época de Getúlio, as entidades de Ensino Superior se adaptam a essa realidade.

Para tal, oferecem cursos sob medida de olho nas tendências e necessidades do mercado. Diferente da fase do Estado Novo, não são apenas as indústrias que necessitam de mão-de-obra especializada. Atualmente todas as áreas foram invadidas pela informática, e este é o campo com maior necessidade de profissionais especializados.

Confira os cursos nada tradicionais oferecidos por algumas Entidades de Ensino Superior do Distrito Federal:

IESB


UniCeub



UniCesp
Aviação Civil

UniEuro




Tânia Laura (primeira acima) e sua turma do curso de Gastronômia no Iesb



Há vagas

O Brasil está no bloco dos países emergentes, que inclui ainda Rússia, Índia e China. Conquistar um crescimento de no mínimo 5% ao ano é impossível sem mão de obra especializada. "A falta de disponibilidade de mão-de-obra técnica pode impedir o crescimento, sem dúvida nenhuma", disse José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras. "Esse é um grande desafio para o País". Garante.

É necessário um maciço investimento em educação para suprir essas vagas e evitar que sejam preenchidas por mão-de-obra estrangeira. Isso é o que está ocorrendo no mercado de trabalho nacional. No crescente setor de petróleo e gás, as companhias buscam trabalhadores estrangeiros porque não há brasileiros qualificados para vários postos.

Essa realidade impulsionou o crescimento de empresas brasileiras ao negócio da educação. Algumas ensinam o básico da língua e aritmética aos serventes e trabalhadores manuais. Outras oferecem cursos mais avançados que ajudam trabalhadores de linha a entender melhor a matemática, ciência e composição. Já as maiores companhias aumentaram a quantidade de treinamento a seus engenheiros e profissionais.

No entanto a iniciativa maior deve partir do Estado. Enquanto algumas empresas podem investir em profissionais, outras não contam com tais recursos e têm seu crescimento prejudicado. Por isso, se especializar é preciso!



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